Treinamento Cardiorrespiratório Aeróbico e Glicolítico: Aplicação na Corrida, Bicicleta, Natação e Exercícios Não Monoestruturais


O treinamento cardiorrespiratório é um dos pilares para melhorar o desempenho esportivo e a saúde cardiovascular. Dentro desse espectro, os sistemas energéticos aeróbico e glicolítico desempenham papéis fundamentais na capacidade de sustentação do esforço físico. Neste artigo, exploramos a aplicação desses sistemas na corrida, ciclismo, natação e em exercícios não monoestruturais.

Sistemas Energéticos no Treinamento Cardiorrespiratório

Sistema Aeróbico

O sistema aeróbico utiliza oxigênio para a produção de energia, sendo fundamental para atividades de longa duração e menor intensidade. Ele permite a oxidação de carboidratos e gorduras para gerar ATP, sustentando exercícios prolongados sem grande acúmulo de fadiga.

Sistema Glicolítico

Já o sistema glicolítico (anaeróbio láctico) entra em ação quando a demanda de energia é alta e rápida. Ele quebra o glicogênio muscular sem necessitar de oxigênio, gerando ATP de forma acelerada, mas também acumulando lactato, o que pode levar à fadiga muscular.

Aplicação na Corrida, Bicicleta e Natação

Corrida

  • Treinamento Aeróbico: Inclui rodagem leve e treinos longos a baixa intensidade (~60-70% da FCmáx), otimizando a eficiência cardiorrespiratória.

  • Treinamento Glicolítico: Realizado com tiros de velocidade e intervalados curtos, gerando alta demanda de energia e acúmulo de lactato.

Ciclismo

  • Treinamento Aeróbico: Pedaladas longas e constantes, estimulando a utilização de gordura como fonte de energia.

  • Treinamento Glicolítico: Sprints e subidas de alta intensidade, ativando a glicólise anaeróbia para potência explosiva.

Natação

  • Treinamento Aeróbico: Sessões de nado contínuo, trabalhando ritmo constante e melhora da capacidade cardiorrespiratória.

  • Treinamento Glicolítico: Repetições rápidas de 50m a 100m em intensidades altas, favorecendo a tolerância ao lactato.

Exercícios Não Monoestruturais

Exercícios não monoestruturais envolvem mudanças dinâmicas de movimento, como em circuitos funcionais e cross-training.

  • Treinamento Aeróbico: Realizado com séries longas e movimentos cíclicos moderados, mantendo um ritmo sustentável.

  • Treinamento Glicolítico: Circuitos de alta intensidade, como burpees, kettlebell swings e saltos, promovendo um rápido consumo de glicogênio.

Conclusão

A combinação do treinamento aeróbico e glicolítico é essencial para otimizar o desempenho nas diferentes modalidades esportivas. Enquanto o aeróbico melhora a eficiência cardiorrespiratória e a utilização de energia, o glicolítico potencializa a resistência anaeróbia e a capacidade de explosão muscular. A periodização desses sistemas de forma estratégica pode trazer melhorias significativas na performance e na saúde.

Fontes

  1. Brooks, G. A., Fahey, T. D., Baldwin, K. M. (2004). Exercise Physiology: Human Bioenergetics and Its Applications. McGraw-Hill.

  2. Billat, V. L. (2001). Interval Training for Performance: A Scientific and Empirical Practice. Sports Medicine.

  3. McArdle, W. D., Katch, F. I., Katch, V. L. (2015). Essentials of Exercise Physiology. Lippincott Williams & Wilkins.

  4. ACSM (2021). Guidelines for Exercise Testing and Prescription. American College of Sports Medicine.

  5. Bompa, T., & Buzzichelli, C. (2018). Periodization: Theory and Methodology of Training. Human Kinetics.

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